A flor da pele
Sinto-me em uma quimera.
Um sonho que enveredou por muitos anos os meus pensamentos.
Lembro de parar o que estava fazendo e me direcionava para ver você.
Você tão distante da minha realidade e eu da sua.
Mundos distantes, porém interligados por uma paixão: a dança.
Pensei em me aproximar.
Mas logo descartei tal ação.
O medo de que talvez nem percebesse a minha existência.
Permiti-me a observá-lo em sua beleza e desenvoltura.
Permiti-me ser mais uma a contemplar você.
Um dia disse-lhe ser sua fã.
E você me aceitou como amiga.
Fiquei feliz, pois desejava aproximar-me de você.
Conversamos diversas vezes.
Expressei minha admiração.
E para minha surpresa você expressou a sua.
Você também havia me notado.
E pensou o mesmo que eu e também não se aproximou.
Foi uma descoberta espontânea.
Senti-me feliz.
Disse da honra da conquista de sua amizade.
Você foi recíproco.
E a dança nos envolveu com paixão.
Paixão a flor da pele.
Martinha Brito.